agosto 01, 2011

No escurinho do cinema, o beijo

   Segundo François Trauffaut, antigamente muitos apaixonados pelas salas escuras acreditavam que assim as crianças nasciam: de um beijo na boca. Santa inocência, Batman...


   O primeiro beijo do cinema aconteceu em um pequeno filme de dois minutos, The Kiss (1896),  de William Heise. Nele, a jovem e loura May Irwin beijava o bigodudo John C. Rice, representando uma cena da peça A Viúva Jones (The Widow Jones). Provocaram, logicamente, a indignação de um certo crítico de jornal, que escreveu: Tais exibições deveriam suscitar a intervenção da polícia.


   Em Marrocos (Morocco, 1930), de Josef Von Sternberg, a diva Marlene Dietrich, atrevidamente vestida de fraque e cartola, beija na boca uma das clientes do cabaré. 


   Porém, o primeiro beijo sensual (e sexual) entre pessoas do mesmo sexo (excluindo-se aqui produções pornográficas) data de 1971, em Domingo Maldito (Sunday Bloody Sunday), filme inglês de John Schlesinger, onde a cena protagonizada pelos atores Murray Head e Peter Finch mais surpreendeu do que escandalizou, na época, justamente por ter sido filmada de forma muito simples, sem alarde.


   E Walt Disney também é "erotismo", por que não? Em Pinóquio (Pinnochio, 1940), quando o boneco de madeira se transforma num menino de verdade, um lindo peixe vermelho, com lábios à la Angelina Jolie, salta alegremente para fora do aquário e beija Pinóquio (e de quebra também o gato, seu próprio inimigo)... na boca.

   Um dos momentos mais curiosos do cinema está em Muito Além do Jardim (Being There), filme estadunidense de 1979, dirigido por Hal Ashby, com um magnífico Peter Sellers no papel de Chance, um jardineiro ingênuo intoxicado pela televisão. A cena mostra o personagem incapaz de beijar Eve (vivida por Shirley MacLaine), mais do que disposta a ele, porque está vendo, ao mesmo tempo, na tv, em primeiro plano, dois personagens beijando-se...

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